Dia desses estava lembrando que precisava
atualizar meu blog, afinal coisas para escrever não faltam, nem tempo também.
Talvez tenha faltado mesmo vergonha, pois acabo de constatar que há quase três
anos não apareço mais por aqui.
Desde a última postagem, muitas coisas
aconteceram. Tentarei retomar de onde parei. O dito psiquiatra que me foi
indicado se mostrou mais sem noção que eu. Passei um tempo sem medicação e
depois comecei a tomar um medicamento utilizado para conter convulsões em
epiléticos. Nas consultas até perguntava sobre o estado emocional e mesmo eu
dizendo que estava melhorando e reagindo, vinham os aumentos de dose, o que eu
particularmente não gosto, mas fui obedecendo, afinal o profissional era ele.
Como não gostei da forma como era tratada, resolvi mudar de profissional,
continuando com o acompanhamento da psicóloga.
Passei por outros dois que, atendendo por
convênio, me recebiam numa consulta de 15 minutos e davam receita de qualquer
coisa que eu dissesse que estava tomando ou gostaria de tomar, e mal
perguntavam como me sentia, até que ao ultimo, que continuou com tratamento com
o mesmo anticonvulsionante só que de outro laboratório, eu falei que não queria
mais tomar aquela porcaria, pois eu não sentia nem irritação, nem dor, nem
alegria e nem tristeza e que no mínimo na vida a gente precisa sentir essas
coisas e aprender a reagir a elas. Ele disse que era o que tinha, mas poderia
me dar MAIS remédios.
O tratamento de saúde mental no nosso país é considerado
luxo, é praticamente inexistente e mesmo a quem tem convênio é ridículo e
vergonhoso. Chapar alguém de remédio ad
eternum além de ser bom à indústria farmacêutica do ponto de vista do
lucro, é bom para os médicos que podem atender em série, em 15 minutos todos os
seus problemas saem resolvidos. Mas e quem quer se transformar? Quem quer
encarar, faz o quê?
Lembrei de um dos primeiros tratamentos que fiz na
década de 90, quando não sabia nada de nada e me pegaram pelo braço e me
levaram num médico que dava remédios que pareciam panacéias e mandava ler
livros. Ignorante e sem noção, falei que o cara era muito louco e nunca mais
voltei.
Vinte anos depois me deu o estalo, aquele cara
muito louco trabalhava na linha da medicina antroposófica e essa foi a única
saída que encontrei para tentar voltar a um estado normal. O tratamento com a
psicóloga durou quase dois anos e foi muito importante para me ajudar a ver com
outros olhos coisas do dia a dia que estavam minando minha sanidade. Encerrei o
tratamento com ela e passei a me tratar unicamente com o “psiquiatra da
medicina antroposófica”. Descobri que ele não atende por convênio e resolvi
mais uma vez abrir mão de outras coisas para investir em mim, e tem valido a
pena.
De forma bem ignorante da minha parte, o
entendimento que tenho sobre a medicina antroposófica é o seguinte: ela observa
o estado emocional das pessoas, analisa como isso influencia em seu estado
físico e com base em uma análise do todo, são feitas as fórmulas que levam
elementos a base de minerais, plantas, metais, animais, que vão tratar cada ser
individualmente, me corrija alguém se eu estiver errada, mas de forma bem
simplista é basicamente isso.
Troquei as malditas tarjas pretas por essas
fórmulas e em um ano com elas estava liberada de tratamento para ansiedade,
acabei permanecendo pois além de precisar de vigilância constante por conta da
ansiedade, tenho tratado outras coisas como dores articulares e gastrite, com
resultados excelentes. Para aquelas pessoas que querem tentar algo diferente,
recomendo procurar um profissional da área. Agora chega de falar de remédios e
vamos voltar ao motociclismo. Isso fica para o próximo post!
Fonte da imagem: http://mundo-de-ideias.blogspot.com.br/2014/06/a-esperanca-e-um-ato-de-resistencia.html |
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