terça-feira, 22 de outubro de 2013

E A LUTA CONTINUA...

Tenho colocado em pequenos posts a saga pela qual tenho passado este ano. Por motivos éticos, posso apenas contar os milagres (só que não são) sem poder contar os santos (só que também não).

Colocando tudo na balança foi um ano bastante difícil se contado do ponto de vista da saúde física e principalmente mental. Gastei demais com farmácia, de menos com cachaça, me incomodei mais que ri (e olhe que ri bastante), em resumo, fui besta.

Apesar de ter sido besta, pude contar com o apoio de pessoas maravilhosas, família, amigos, um namorado maravilhoso, consegui fazer uns passeios bem legais, mas tudo na base da luta para não me entregar de vez.

Fazendo um resumão de tudo o que aconteceu, alguns fatores os quais já expliquei anteriormente tinham feito a ansiedade começar a se manifestar de forma sutil. Um estresse aqui, um incômodo ali, uma coisa que desagradou acolá. Coisas que há anos estavam dormentes começaram a voltar à tona, a machucar, a perturbar. A impossibilidade de tomar uma atitude, pelo menos imediata diante do problema foram transformando tudo em fobia, em crises de raiva, de choro, e lá por março/abril deste ano resultaram em estacionar a moto em frente ao consultório psiquiátrico.

A tentativa malsucedida com um medicamento "sossega-leão" fez tentar novamente segurar as coisas no osso do peito. Mais cansaço, sofrimento, exaustão, desânimo. Como estava não dava para ficar. Mais uma consulta, mais uma receita controlada ali, amassada no fundo da bolsa, esperando que eu tomasse a decisão de começar a usar, não queria de novo. Me indicaram o telefone de uma psicóloga que poderia me ajudar com a questão. Aceitei, afinal só não estou há muito tempo de volta à terapia por falta de convênio e de grana. Resolvi investir em mim e voltar. Há quem compre carro, há quem pague por roupas e vestidos caros, há quem bote silicone e há quem prefira gastar essa grana com seu bem-estar. Resolvi me juntar a esses últimos, contando com um empréstimo.

Aguardei a primeira consulta com a terapeuta para avaliar a necessidade do medicamento e o estado estava tão complicado que ela achou que naquele momento não havia como continuar a rotina sem esse auxílio. Lá fui eu novamente à farmácia, com aquela cara de bunda, deixar meu endereço, telefone, CPF e identidade pro moço da farmácia. Nesse meio tempo consegui marcar psiquiatra pelo convênio, que, após atender um representante comercial, mal olhou na minha cara, mal fez perguntas, disse que o remédio que eu estava tomando tinha um de laboratório melhor, me deu duas receitas e mandou voltar dali há dois meses.

Minha terapeuta indicou um psiquiatra de sua confiança e tive consulta com ele ontem. Depois de muitas perguntas e conversas, ele achou que não preciso mais do remédio, ou na pior das hipóteses o que estou tomando não serve. Nesse momento preciso de endorfinas, praticar esporte, mexer o corpitcho e claro, manter a terapia, pois o que tem me afetado é estritamente comportamental e precisa ser trabalhado, preciso aprender a não sofrer diante do cenário que me está posto e não pode ser chutado para longe, pelo menos agora.

Vou ficar um mês sem o medicamento e volto a consultar, para avaliar como ficam as coisas. Caso haja piora, vai indicar apenas medicação leve, ansiolítica. Caso permaneça igual, e ele crê que somente a terapia dará conta, me livro da chatice dos controlados.

Nesse meio tempo, resolvi pintar minha casa. Eu mesma. Escolhi as tintas, as cores, umas cortinas novas. Lixei, pintei, instalei luminárias, tomadas, meu namorado instalou uma luminária que veio fora de padrão e agora preciso da ajuda dele para arrastar o armário do quarto, para poder pintar atrás. Com mais ou menos 300 reais estou de casa nova, e mais, num lugar onde passei a me sentir bem e aconchegada. Aquela brincadeira preconceituosa que diz que depressão se cura com cabo de enxada, tem um certo fundamento. Trabalho braçal faz bem à cabeça. Desfrutar desse trabalho depois é compensador, e o cansaço desse tipo de trabalho descansa a cabeça.

Comecei um curso de sete meses que atende a uma satisfação pessoal e não a um apelo do mercado, devagar as coisas boas tem tomado dimensão maior que a coisa ruim que tem me feito tanto mal, e devagar a vida volta aos eixos, e volto a ser quem eu sou. O próximo passo é me livrar da preguiça. Hoje recebi uma tarefa especial de minha terapeuta: comprar no mercado esta semana um abacaxi, descascar e comer, porque o que dá trabalho também pode ser muito bom!

Um grande abraço a todos!




 P.S: Marcelo, meu amor, obrigada por toda a sua ajuda e paciência \o/

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Passeio: Rancho Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Braço do Norte/SC

Olá, povo! 

Eis que dando uma conferida no blog para ver como andam as coisas por aqui, percebi que não relatei meu último passeio.

Estou de novo às voltas com tratamento para ansiedade/depressão, de novo às terapias, de novo aos psiquiatras e de novo à velha maratona, tive que deixar a moto de lado no período de adaptação à medicação e agora estou bem e feliz por estar aos poucos voltando à vida normal, principalmente sobre duas rodas. Por conta talvez dessas turbulências, tenha deixado passar o relato de meu último passeio, realizado em 03 e 04/08/2013.



A ideia era conhecer São Bonifácio, indo pela BR 282 até Rancho Queimado, depois Anitápolis. Saímos num sábado de manhã com o intuito de explorar, nada marcado, nada reservado. Tudo tranquilo até Anitápolis, onde chegamos por volta de 16h. Nossos horarios não servem muito como parâmetro, pois paramos em todas as biroscas e para tirar foto de tudo, como podem ver na quilometragem acima, o trajeto não é muito longo.

Olhamos as cidades que teríamos que passar no google maps, e no centro de Anitápolis descobrimos que dali até Santa Rosa de Lima seriam mais ou menos 30 Km de estrada de chão. Resolvemos encarar com nossas customs - uma mirage 250 e uma shadow 600, minha e de meu namorado, respectivamente.  No centro de Anitápolis, recomendo a confeitaria Mais Você. Quase morri comendo torta salgada, ô delícia de comida!

Anitápolis - SC
Fomos tirando fotos de tudo, chegamos em Santa Rosa de Lima à noite, já bem escuro, mortos de cansados e nem tivemos tempo de conhecer a cidade. Paramos num bar, onde perguntamos sobre local para dormir. O dono do bar nos indicou uma pousada que fazia parte do projeto Acolhida na Colônia . Ele ligou para o dono, que veio nos buscar no bar onde estávamos. Não entendendo bem o projeto, perguntamos se tinha janta, ou o que comer e o rapaz disse que só havia mais um casal na pousada e eles poderiam nos servir uma sopa. Topamos. Seguimos seu carro por mais 3 Km de morro acima e chão batido, até chegar na casa onde vivemos uma experiência muito interessante: a "sopa" veio junto com carne de panela, pães de queijo, macarrão caseiro, arroz e mais uma mesa cheia de delicias feitas na hora. Não se pode vender bebida alcóolica mas nos serviram uma prova de uma cachacinha de alambique, dali da região, fomos acomodados em um quarto enorme com roupas de cama cheirosas, tudo muito limpo. No dia seguinte, visitamos as instalações da Pousada Sítio da Cristine. 

Imagens das instalações da Pousada Sítio da Cristine em Santa Rosa de Lima - SC.
Fomos recebidos não como hóspedes, mas como parentes queridos, os proprietários da fazenda nos mostraram os bichos, os locais, nos serviram a melhor comida do mundo, feita na hora, além do carinho e atenção por parte deles. É um local que certamente voltaremos pela acolhida. Lá eles não acolhem grandes números de pessoas por vez, as acomodações são pequenas, pois apesar de ter instalações privativas e um pouco mais afastadas, você é recebido na casa dos proprietários, não é uma rede hoteleira comum, mas um passeio e uma acolhida que certamente indico. Pela janta, hospedagem e café da manhã com duas pessoas, gastamos no total uns 150 reais mais ou menos.

Dali, iríamos seguir para São Bonifácio, porém fomos informados que teríamos que encarar em torno de 50 km de estrada de chão, e havia chovido muito na noite anterior. No dia que chegamos à pousada já havia chovido e havia bastante subidas e descidas enlameadas, para as motos pesadas era uma situação bem complicada, então optamos por ir até Rio Fortuna, para sair pela BR 101.

Em Rio Fortuna, há trechos de estrada onde é possível avistar as encostas da Serra do Corvo Branco, pelo outro lado. A vista é maravilhosa, de tirar o fôlego. A partir dali, tocamos direto, pois o tempo feio voltava a se anunciar, o frio começou a ficar mais intenso e um extremo cansaço por conta dos problemas que eu vinha atravessando na época, principalmente com a ansiedade e disfunções da tireóide para ajudar, resolveu incomodar no finzinho da viagem, mas nada que tirasse seu brilho e a vontade de voltar para aqueles lados!

Rio Fortuna - SC


terça-feira, 13 de agosto de 2013

MULHERES E MOTOS: UMA PAIXÃO VERDADEIRA. E POSSÍVEL.



Já havia escrito neste blog sobre a precária formação de condutores/pilotos de motocicletas por parte das auto escolas, relacionando às dificuldades iniciais de lidar com o trânsito por conta da síndrome do pânico. Hoje, por estímulo da página Mulheres & Motos, na pessoa da Andréia Vulcana resolvi escrever sobre o tema relacionado apenas ao medo comum, que qualquer ser humano sente.

Conheço muitas pessoas que estão habilitadas à pilotagem, porém não tem a coragem de se aventurar no trânsito com suas motos, e não lhes tiro a razão, pois as auto escolas nada mais fazem que “apresentar a pessoa à moto e a moto à pessoa”, e não preparam ninguém para encarar um trânsito cada vez mais agressivo.

Não falo com base em nenhum estudo científico, mas pelo exercício da observação, que a mulher tem um agravante nessa história: a insegurança imposta por um condicionamento/preconceito social.

Para quem olha de fora, a moto parece uma condução que requer extrema habilidade e perícia e que não permite que se erre. Bom, em parte é. Moto não é veículo para desastrados. O problema é que a mulher é criada, educada e cresce sendo tratada como um ser desastrado, e com o tempo passa ela também a acreditar piamente nisso.

Em meus primeiros relatos, comentei ter descoberto que meu pânico não vinha do medo de morrer e sim do medo de errar e ser cobrada, e claro, a pior cobrança é a que vem de mim mesma. Esse tema foi desenvolvido mais a fundo na postagem "Morro de medo de andar de moto - Parte II".

Mulheres tendem a ser bem mais distraídas que os homens, por esse motivo conheço mulheres que apesar de habilitadas, não são capazes de confiar no seu taco na hora de dirigir ou pilotar. Se serve de consolo, conheço poucos seres mais viajões e vacilões que eu e, qual não foi minha surpresa ao descobrir que foi na moto que pela primeira vez na vida descobri qual é a sensação de estar concentrada integralmente naquilo que se está fazendo. A idéia de que minha vida e minha integridade dependem dessa minha concentração não me apavoram. Simplesmente fazem com que eu me concentre somente no que estou fazendo, em resumo, terapia!

Piloto há seis anos. Nesse período levei apenas um tombo, preço que paguei pela distração, que me rendeu uma bursite e 20 sessões de fisioterapia. Foi um bom preço pois depois de ter pago mudei minha postura, já pilotava há 3 anos e estava começando a me achar “ninja”. Nesse período também levei uma única multa, que foi convertida em advertência. Atualmente utilizo a moto diariamente, chova ou faça sol, para o translado casa-trabalho, a “ponte motoaérea” para visitar o namorado e viagens.

Apesar de tudo isso, tive e tenho medo desse trânsito maluco, como então é possível? Passarei o relato de minha experiência desde os primeiros passos, para que possa talvez ajudar outras mulheres a adquirir confiança para a pilotagem de motocicletas:

Depois de crescer acreditando que moto era algo muito perigoso e que eu jamais chegaria perto de uma, de ter presenciado dois acidentes horrendos de moto, em 2007 eu cansei. Cansei de depender de ônibus, a grana não dava para um carro e resolvi que teria uma moto “só para ir na casa do meu pai no domingo”, pois até ali não tem muito trânsito. Aproveitei uma promoção da suzuki de fim de ano e peguei uma intruder 125, mas não tinha habilitação.

Pedi que entregassem a moto na casa do meu irmão e nos fins de semana ia para lá, para que ele me ensinasse a pilotar. Íamos a um loteamento praticamente deserto, mas com esquinas, lombadas, terreno asfaltado, de chão batido, com boa condição de treino.

Acho que foi interessante aprender a pilotar antes de fazer auto escola, coisa que me foi enfadonho e deprimente fazer depois. Saber pilotar antes também fez com que eu fizesse a prova do Detran com os pés nas costas, o que não aconteceu por exemplo no caso do carro, não consegui passar, mas também só conhecia o carro da auto escola, sem nenhuma outra experiência anterior. Dessa eu desisti, até hoje aos 40 anos não tenho habilitação para carro, também não faço questão, não tirei porque não tentei mais.

Aos 35 anos me arrisquei pela primeira vez nas ruas como condutora de alguma coisa motorizada. Escolhi um domingo de manhã, deixei a moto cair, me perdi, não achava o caminho para casa, tudo como manda o figurino. No outro fim de semana, falei que ia “passar a ponte”. A sensação foi tão legal que fui parar lá no sul da ilha (em Florianópolis), claro, em outro domingo sem movimento.

As voltas eram em lugares próximos, quando ia à casa do meu pai, voltava antes do anoitecer pois tem um viaduto complicado de acesso à casa dele e à medida em que ia ganhando segurança, ia ganhando bairros, municípios vizinhos, mas enquanto estive com uma moto de 125cc e com pouca perícia nunca me arrisquei em rodovias de grande movimento como a BR 101. Foram dois anos rodando somente em bairros e municípios vizinhos por caminhos interiores.

Nesse período tive fortíssimas crises de síndrome do pânico, já tive que parar moto em acostamento para fazer exercício de respiração, tive sensações horrorosas de olhar em volta e só ver carros ao meu redor no retorno do trabalho, sentir pavor daquilo e ter que me concentrar e voltar a mim por saber que surtar naquela situação seria mil vezes pior que tentar controlar os nervos, já tive que parar em posto para beber água para me acalmar. Para ajudar, sou hipoglicêmica, tenho que ter extrema disciplina com a comida principalmente em trechos mais longos sob pena de sentir tonturas durante a pilotagem. Nesses 6 anos, consegui manter essa disciplina e não passar por nenhum perrengue por esse motivo, às custas de fardos de barrinhas de cereal, pencas de banana nos alforjes ou paradas regradas para comer em viagens longas.

O começo de tudo na "trudinha - 2007"


Somente no terceiro ano e já com a mirage 250 é que me arrisquei em rodovias, no quarto fiz viagens sozinha num raio de 200 km e no quinto ano acompanhando outra moto rompi a barreira dos 500 km indo de Florianópolis ao litoral paulista.

No início, não andava em corredor, em hipótese alguma. Depois, quando via um espaço grande entre carros, comecei a arriscar. Passava um, dois, três carros e voltava à pista, depois cinco, oito, dez carros... hoje faço corredor com a mirage.

Desde o início meu irmão foi o maior tira-dúvidas de tudo, pilotagem, mecânica, não tínhamos outro assunto, ele deve ter até cansado, coitado!

Li os manuais inteiros das duas motos, inclusive as dicas de pilotagem que vem neles, li livros de mecânica de moto, blogs, sites, assisti a vídeos. Pode parecer louco mas assisto vídeos de acidentes de moto (menos aqueles muito violentos), procuro me informar como e onde aconteceram acidentes que fico sabendo, pois eles dão dicas preciosas do que NÃO se deve fazer. Com essas informações por exemplo nos meus trajetos diários, tenho um “arquivo mental” de faixas que devo evitar, esquinas e sinais perigosos, onde tem buraco, onde os motoristas costumam cortar a frente, coisas que os motoristas costumam fazer por hábito em determinados lugares ou situações e por aí vai.

Participar de fóruns na internet de pessoas que tem o mesmo tipo de moto que eu serve também como um grande aprendizado e uma troca de experiências enriquecedora.

Fiz um curso de pilotagem defensiva à distância e dois presenciais. Adoro moto, vivo moto, respiro moto. Eu e meu namorado costumamos rir de situações como por exemplo: moramos longe, morremos de saudade um do outro e nos falamos todos os dias por telefone, mas vira e mexe estamos discutindo mecânica de moto, coisas que dá pra fazer na moto, peças que tem que trocar, potência desse ou daquele outro modelo e por aí vai.

Esse avanço gradual possibilita a aquisição de segurança na pilotagem e a torna algo prazeroso de se fazer, sem cobrança. Engraçado que há os dois casos: os que o marido/pai/mãe/namorado/filhos tem pavor que a mulher tire carteira ou, depois de tirada, cobram: “tirou a carteira e não vai andar”?

Num dos cursos de pilotagem que fiz tinha uma moça que passava mal quando subia na moto, e já estava habilitada, dava dó, e ela se achava obrigada, afinal, tinha tirado a carteira. Tinha também muita vontade mas o medo era paralisante por não ter aprendido nada na auto escola.  Pilotar não é algo como respirar, que vc tem que fazer toda hora, todos os dias. Tem dias que a gente sente que não está para a coisa, e para isso existe carona, carro, ônibus, bicicleta. Não pode ser obrigação, pois aí apavora mesmo. Tem que ser prazeroso. Pilotar só quando está a fim, ajuda a ir tomando mais gosto pela coisa.

Algo que vejo que geralmente não faz parte das grandes preocupações da mulherada é a manutenção da moto. Canso de chamar a atenção de colegas (homens também, ai, ai ai...) para pneus murchos, carecas, correntes frouxas, sem lubrificação e por aí vai. São coisas bem simples de identificar, não precisa saber fazer, que em geral esses cursos de pilotagem ensinam. Identificou? Leva no mecânico, pede pro carinha do posto, mas não deixa assim. Fico pensando em quantos acidentes não ocorrem por aí por falta de manutenção na moto, que poderiam ser evitados se as pessoas fossem mais cuidadosas para com seus veículos.

É preciso conhecer a moto, senti-la, saber como ela funciona, saber que “aquele barulhinho” não é dela, que “aquela frenagem” não é típica, que “aqueles soquinhos” não são normais.

Outra coisa, às vezes passo por “ryca” mas não costumo economizar em itens de segurança. Eu me f... para pagar mesmo. Hoje tenho equipamentos que considero medianos, mas ainda tenho vontade de investir em equipamentos melhores, então o que fiz foi ir adquirindo aos poucos uma boa jaqueta, uma boa calça, um bom capacete, depois de tudo completo, ir trocando por algo mais “top” à medida em que vai se desgastando. Já observei disparates de pessoas com motos caréeeeesimas com o capacete mais baratinho do mercado. O mínimo que se pode ter é um capacete decente.

Não sirvo para santa nem exemplo, piloto sim no verão de regatinha, faço minhas bobagens, mas via de regra, passeios maiores faço com o equipamento completo. E nunca, nunca, nunca, nem para ir à padaria da esquina ando com os pés desprotegidos. No dito tombo que levei, o que salvou meu pé do “lixamento” foi uma chuteirinha de futsal (o pé prendeu e arrastou debaixo da moto, mas nem arranhou).

Depois de seis anos, sem acidentes, sem multas, com alguma bagagem de experiência adquirida, hoje me considero no estágio “aprendiz de motociclista”. Não me considero excelente piloto. O que me faz sobreviver nessa selva é o cuidado que tenho comigo, com os outros e com a minha moto. Talvez daqui há dez, quinze anos eu talvez tenha algo a ensinar a alguém. Hoje só tenho a dividir. Não posso dizer “olhe, faça assim”. Posso dizer “olhe, fiz assim e deu certo”.

Não é preciso ser um “ser fodástico” para pilotar uma moto. Desses aí o céu está cheio. É preciso vontade, paixão, disciplina e humildade. Se não tiver uma destas qualidades, você pode aprender. Aprendi a ter disciplina pilotando, e humildade, caindo.

Bora, mulherada, estão esperando o que para abandonar essas garupas e se tornarem protagonistas das suas próprias histórias de paixão e liberdade?

A mirage 250 em passeio recente



INDICAÇÕES IMPORTANTES  
Blogs que me ajudaram/ajudam muito e cursos realizados:




Blog do Youssef:


Blog do Amaral Instrutor (Também ministra cursos)


A CET - Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, oferece cursos on-line de pilotagem segura, com certificado inclusive, que sempre trazem boas dicas de segurança na pilotagem e podem ser feitos por qualquer interessado em todo o Brasil:


Em Florianópolis há cursos presenciais e gratuitos de pilotagem segura, através do SEST/SENAT. As inscrições podem ser feitas no endereço abaixo. O curso é voltado para o público motociclista, profissional ou não e as aulas são feitas com motos fornecidas pela honda:








clique aqui
             

terça-feira, 18 de junho de 2013

Xô, ansiedade!

Pode parecer simplório, mas uma boa receita para espantar a ansiedade no local de trabalho, é trabalhar com fones de ouvido e esse som aqui. Envio apenas 3 sugestões de um universo à disposição na internet:


Sitar meditation


Gayatri mantra


Relaxation music - Chinese bamboo flute

Caso não tenha acesso ao youtube, faça um playlist legal para ouvir, funciona!
Um excelente dia a todos!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Muito obrigada!

Quando criei este blog, tinha um objetivo em mente: ajudar. Ele trata de um tema delicado, ainda praticamente tratado como tabu pela sociedade.

O que me motivou a querer ajudar, vai além de simplesmente expor um problema pessoal que todos querem esconder. Poderia guardar isso para mim e "fingir que sou normal". Pedir no trabalho uma licença para ir fazer o preventivo quando na verdade estou indo ao psiquiatra. A grande motivação para tudo isso veio de minha mãe, ou da ausência dela.

Há 24 anos atrás, perdemos, aos 38 anos, uma pessoa alegre, com um grande futuro pela frente, para uma doença que fazia com que as pessoas lhe olhassem com dó ou atravessado: a depressão.

Ué, mas depressão mata? Sim, depressão mata. Mata cada dia um pouco até que a pessoa não suportando, pode desejar apressar o fim. E foi o que aconteceu. Também não tenho problemas em falar disso, pois é outro tabu que as pessoas preferem jogar para baixo do tapete. Minha mãe foi e sempre será meu grande orgulho e meu parâmetro tanto para o certo quanto para o inverso.

Tendo acontecido as coisas como aconteceram, a grande decisão que tomei foi que não importa o que aconteça eu vou conseguir sobreviver, e quando isso não for por mim, será por ela. 

Não posso fazer absolutamente nada para consertar o que está feito, mas posso tentar ajudar outras pessoas a superarem este mal. Começo por mim e estendo aos outros. Li muito, estudei muito, e me preocupo muito com quem trata a depressão com displiscência, com quem "deixa rolar", com quem não reage, porque sei exatamente onde isso pode terminar.

Justamente por vergonha, medo do julgamento alheio, de serem vistas como desajustadas mentais e da auto-estima abalada, as pessoas deixam de procurar ajuda e tratamento, e "vão deixando rolar". Se é pela ignorância generalizada que acabamos perdendo pessoas queridas, então vai ser pelo esclarecimento que essa ignorância vai ter que começar a ser dizimada, e alguém tem que começar a falar.

Sim, tem que ter atitude. "Hay que tener cojones" para assumir publicamente que frequenta o consultório do psiquiatra, quando programas de TV sempre mostram pessoas associando psiquiatra a maluco, psicólogo a gente doida. Pior, vivemos num mundo maluco, todos cometem loucuras o tempo todo, mas "quem toma remédio"...ahhhhhhh, quem toma remédio... Noticiário mostra um maníaco assassino: "Fulano de tal tomava remédios para depressão", como se esse fosse o único perfil de quem necessita de medicamento. E assim se constrói a imagem. E assim as pessoas se escondem, não falam, e se arrastam no limbo.

Me exponho porque exijo um mundo que aceite serotonina de mais ou de menos da mesma forma que aceita insulina de mais ou de menos. Porque não é necessário perder mais ninguém por vergonha e porque nasci premiada com uma baita cara de pau também, isso ajuda.

Sinto que o blog atinge seu objetivo quando recebo emails ou mensagens inbox, chamadas particulares, conversas particulares relatando o problema e que comigo ficam guardadas pois sei perfeitamente o que se passa pela cabeça de quem não quer se expor, e tenho profundo respeito, pois sei o quanto é difícil. As mais gratificantes são aquelas de quem diz que os relatos aqui contidos acabam vez ou outra encorajando pessoas que antes se sentiam sozinhas nessa luta, de pessoas que passam a se sentir mais normais quando leem algo postado. Isso não tem preço.

Quando montei o blog pus um maldito contador que zerou duas vezes. O blog deveria estar agora contando com mais ou menos 5.000 acessos. Troquei por outro mais confiável, que assim como eu, mais uma vez está recomeçando do zero e quem sabe agora não me deixe mais na mão.

Por todos esses acessos é que venho com este post agradecer a todos o que o leem, o divulgam e o utilizam como apoio, não interessa se nas horas difíceis ou nas boas, afinal também posto roteiros de passeios e também recebo pedidos de informações sobre eles, pois a cada retorno que tenho, é um bem que algum de vocês leitores me faz.

Assumidos ou escondidos, tenham dentro de vocês a gana de resolver os problemas e de sobreviver a eles. O primeiro passo para mudar é o desejo de mudar. Pode parecer cruel dizer isso mas em muitos casos é cômodo ficar doente. Não ter dentro de si esse desejo e a disciplina para que as coisas mudem, nos escraviza ao problema e escraviza quem está à nossa volta. Tem coisa interessante demais nesse mundo para ficarmos trancados em casa vendo a vida passar pela gente e roubando nossos melhores anos. Fiquem bem, é possível sim!


Baía da Babitonga - São Francisco do Sul - SC

domingo, 9 de junho de 2013

Pequeno Roteiro de fim de Semana

Feliz com uma recuperação lenta, mas sem remédios e por poder voltar a pilotar, aproveitamos o feriado para explorar pequenas cidades de colonização alemã que ficam na grande Florianópolis e entorno. Levamos dois dias para rodar 130 km, parando para tirar fotos, comendo muito bem e curtindo um visual de encher os olhos. 

Imagem do roteiro:



Iniciamos o passeio no sábado, dia 01/06 por São Pedro de Alcântara. O acesso se dá pela marginal da BR 101 em São José, próximo ao Continente Shopping. O município recebeu a primeira leva de imigrantes alemães em Santa Catarina. É pequeno e acolhedor. Recomendo o café colonial girassol, que deve ficar uns 3 km após o portal, antes de chegar ao centrinho.

São Pedro de Alcântara - SC
Partindo de São Pedro, resolvemos ir à Angelina pelo "caminho de dentro" (é possível acessar a cidade pela BR 282, no trevo de Rancho Queimado). São 27 km de estrada de chão, relativamente bem conservada. Para motos custom, recomenda-se cuidado com areia solta e alguns trechos onde tem muitas "cabeças de pedra". O passeio é tranquilo mas requer atenção e paciência na pilotagem, além de disposição para comer poeira. A paisagem compensa. Estradas tranquilas, contato direto com a natureza. Trechos com matas, cachoeiras. Fizemos sem pressa, parando para muitas fotos.
São Pedro de Alcântara - SC

Em Angelina, paramos para o almoço. Recomendamos o restaurante do hotel Sens, no centrinho. Comida caseira de primeira, servida no fogão a lenha. As acomodações lá também são bastante simples mas muito boas. Visitamos a gruta, que fica atrás da igreja onde muitas pessoas vão para pagar promessas e é muito visitada na época da páscoa, onde se faz a procissão da via sacra. O lugar é muito bonito, no meio de uma floresta, por onde correm as águas de uma cachoeira.

No caminho entre Angelina e Rancho Queimado, este totalmente asfaltado, há uma cachoeira com mirante bem na beira da estrada. Linda, vale à pena parar para tirar fotos. Logo na saída de Angelina para a BR 282, fica o portal de entrada de Rancho Queimado, onde há restaurantes e cafés.  





Angelina - SC

Como moramos próximo, ficamos hospedados apenas em Angelina, no Hotel Sens, pois pegamos uma chuva torrencial, daquelas que não dá tempo de por a capa, e estava frio, o que nos obrigou a uma parada. Para quem não conhece a região em todas as cidades onde passamos há hotéis e pousadas de todos os tipos e preços pelo caminho. Destaque para a alimentação, comida "de interior" é tudo de bom. São verdadeiros roteiros de engorda.
Rancho Queimado - SC

Na volta, passamos por Caldas da Imperatriz, cujo acesso fica na BR 282 em direção à 101. No acesso ao rio, que é aberto à visitação o ano todo, com alguns tobogãs e churrasqueiras para alugar há vários restaurantes e cafés. O Hotel Plaza Caldas da Imperatriz é bem antigo e conta com restaurante. No fontanário pode-se abastecer bombonas de água potável (muitas pessoas vão lá buscar água) e os hotéis são bastante procurados por pessoas que vão se banhar nas águas termais. Paga-se um valor para utilizar as banheiras, cujas águas sulfurosas muitos acreditam fazer bem para a saúde.
Caldas da Imperatriz - Santo Amaro da Imperatriz

E como não só de mato se vive, finalizamos o passeio na praia do Bom Abrigo, no lado continental de Florianópolis, saboreando uma tainha no Restaurante do Moca, com esse "visual entediante", num fim de tarde maravilhoso de outono, para encerrar o feriado com chave de ouro.

Praia de Itaguaçu - Bom Abrigo/Florianópolis - SC (lado continental)





domingo, 5 de maio de 2013

Não tente fazer isso em casa. A menos que sinta vontade.

O título não é sem propósito. O que aqui escrevo justamente não é aconselhado pelos médicos, é uma atitude tomada após uma reflexão pessoal que tem um preço que preferi pagar pela escolha, por apostar na tentativa e erro. Cada pessoa reage de forma diferente a tratamentos diferentes, e creio, há casos onde cada um tem consciência de si, como há outros em que talvez infelizmente o paciente já tenha perdido essa prerrogativa e dependa realmente dos outros para correr atrás da tão sonhada melhora. O fato é que após cinco dias, concluí que apesar de estar muito mal ao procurar um médico para tratamento, certamente ainda estava muito melhor do que agora, com essa medicação - Cloridrato de Venlafaxina, 75 mg.

Sim, existe a tal "fase de adaptação", pela qual é necessário passar, onde vários efeitos colaterais são relatados como enjoos, distúrbios de sono, tonturas, vertigens e que exige uma boa dose de paciência e disciplina da parte de quem se dispõe ao tratamento medicamentoso.

O fato é que nem de longe e nem em meus sonhos mais malucos imaginei passar pelo que passei esta semana. Uma semana totalmente inutilizada. Por conta justamente destes efeitos a médica pediu afastamento de cinco dias pois seria extremamente difícil passar pela adaptação no ambiente de trabalho. Dirigi-me a um médico por simplesmente não estar mais conseguindo lidar com a ansiedade. Estava levando vida "normal", com a diferença de que o alerta andava ligado: já acordava com o pé no acelerador - taquicardia, respiração rápida e ofegante, tolerância a mais nada, só que já com reflexos na saúde física. Antes que isso se transmutasse em danos maiores, tentei "estancar a goteira antes que a represa ruísse". Ledo engano, existe sim coisa pior.

Como não sou profissonal, não arrisco a dizer se foi a dosagem, se foi o remédio, se foi tudo junto, afinal cada organismo tem uma forma de reagir às mesmas substâncias. O fato é que cheguei a achar que teria cinco dias para além dos ajustes, tentar colocar a cabeça no lugar, mas vivi uma experiência horrível porém que me trouxe sim, a muitas reflexões.

Do primeiro para o segundo dia cheguei a perder um quilo pelo fato de não conseguir ingerir nada devido aos enjoos fortíssimos. A tontura me fazia sentir um daqueles bonecos joão-bobo e o sono era algo incontrolável. Passei poucas horas acordada no restante dos dias, e das poucas, sempre tonta, boca seca, visão totalmente perturbada. Já houve situações onde apelei para a medicação por simplesmente não conseguir mais sair da cama ou por meus pés na rua, tal a situação deplorável em que me encontrava, e desta vez não. Estava mal mas ainda andava com minhas pernas e o que me pôs em situação deplorável foram os "remédios". Por volta da quinta noite, além de tudo isso, tive uma sensação de desespero que me levou a passar a noite em claro, assustada, mas era um medo anormal, algo pelo qual não havia passado. Poderia dizer, algo sombrio mesmo. Não é algo fácil quando se vive sozinho. Tenho pessoas próximas preocupadas e dedicadas, claro, mas não é o mesmo que ter o apoio de alguém 24h, e isso, esquece! Foi a gota. Decidi no sábado não mais tomar essa medicação e procurar uma outra alternativa.

Agora entra o tal "preço" que falei, afinal, ninguém simplesmente decide voltar atrás e sai ileso. O preço foi aguentar no máximo umas duas horas na festa de aniversário do meu irmão, sair para dormir, dormir mais de 12 horas, levantar ainda com sono, e passar o domingo à tarde com a boca e o rosto dormentes, as extremidades dormentes, tontura, enjoo, que também são sintomas da abstinência, que ainda vão me acompanhar por alguns dias. Sem moto há uma semana e nem sei quando poderei chegar perto dela novamente. Cheguei ao ponto de não conseguir decifrar o letreiro de um ônibus, tamanha visão embaçada. O legal é que tem horas que você se pega rindo sozinho e pelo menos ri da desgraça.

O que temos para a próxima semana então, é tentar armar um plano B. Tentar uma forma alternativa de tratamento. Por enquanto meu propósito é esperar passar esses sintomas da abstinência e ver como fica o comportamento. Diante disso, tentar batalhar apenas uma terapia sem medicamento ou caso não surta efeito, voltar ao médico sugerindo que me repasse a medicação anterior que era em dosagem mínima e que dava uma sensação de melhora, onde a adaptação não era tão abrupta e nem o medicamento parecia uma amarra. Praticamente era imperceptível.

Por mais que estejamos afetados, acredito que conseguimos ter consciência de como reagimos aos tratamentos. Em certas horas, uma "desobediência" também se torna necessária. Na minha visão de mundo, até cabe nas horas muito ruins, a tal "bengala" para ajudar a manter em pé em momentos de extremo desequilíbrio, mas por questões de princípio, não cabem amarras para a alma. Não cabe o "cala a boca e sossega aí", ainda mais para quem sabe como funciona minimamente a indústria farmacêutica e algumas relações promíscuas entre laboratórios e "receitantes". Não acuso o médico que me atendeu (muito bem por sinal), mas também não consigo confiar piamente ao ponto de me entregar às cegas. Sempre tem o pé atrás. 

Escrevo consciente de que não tive a paciência de esperar um prazo, no qual talvez a cabo de mais alguns dias, teria a situação "normalizada", mas me assustei demais justamente com a possibilidade de ao fim de alguns dias isso ser "normal". Acredito que força de vontade pode ser algo maior que isso, acredito em outras formas de tratamento que não sejam à base da "porrada". Não descarto o medicamento, somente acho que não podemos aceitar a primeira coisa que nos empurram goela abaixo. Acredito no direito de recusar até achar o mais acertado. Desses cinco dias, o que concluí é que estou com mais garra que nunca para correr atrás do que for preciso, até remédios, por que não? - para voltar ao mesmo estado de bem estar em que vivia antes de passar por essa turbulência. Sim, é mais uma, mas é SÓ mais uma de tantas pelas quais passei, e de muitas outras que ainda virão. Da mesma forma que nunca conseguiram me derrubar, também acredito que não me derrubarão.

Para refletir durante a semana que se inicia, fica esta mensagem de auto-ajuda, que sempre me mantém firme quando tudo parece desabar:

Eu vou é ser feliz!!!


 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Será?

"Você nunca verá uma motocicleta estacionada do lado de fora de um consulório psiquiátrico".



Pode parecer uma grande ironia, mas alguns instantes após voltar do consultório psiquiátrico, onde pouco tempo atrás minha moto estava justamente estacionada à frente, vejo essa imagem postada no facebook por um colega motociclista. Incrivelmente esse post me levou a uma série de questionamentos, afinal, se tem algo que me faz bem, que me faz relaxar e me concentrar em uma única coisa, é justamente andar de moto. Mas ela estava parada na frente do consultório do psiquiatra.

Não tem sido um ano fácil pois algumas pequenas incomodações foram se acumulando ao ponto de este ano me fazerem ter que apelar para a medicação, mesmo tentando aguentar no osso do peito, resistindo a isso por mais de três meses. Mais difícil ainda é aceitar que essas coisas tenham tanto poder de incomodar quando se está no que podemos chamar de "uma fase muito boa" da vida...

Os mestres da auto-ajuda, os otimistas de plantão e os que nasceram de quina pra lua, vivem repetindo que na vida tudo é uma questão de escolha. Sim, até certo ponto, é, não posso discordar totalmente. Há porém, situações na vida em que a escolha pode ser apenas pelo menos pior, mas ainda assim necessita pesar e medir variáveis até que você chega à conclusão que o melhor a fazer é engolir o sapo e sem maionese. Só que o sapo está vivo e não para quieto, aí só resta a medicação, para dar aquela impressão que o sapo está morto...

Escrevo este post sob os efeitos horríveis da adaptação ao medicamento. Tonturas que não me permitem parar direito em pé sem pender para um lado, enjoos, falta de fome (perdi 1 kg em um dia, e já não tenho muito o que perder), sono maluco, secura na boca. Nem pensar em chegar perto da moto. Três dias em casa indo da cama para o sofá e vice-versa, nem na rua dá para sair sozinha.

O que me deixa pior, porém nem é isso, é a sensação de não conseguir resolver os problemas e ter que apelar para a "lobotomia" para conseguir suportá-los, pois ao contrários dos "fortes", o grau de ansiedade gerado por algumas situações que alguns conseguem suportar, no meu caso atingem níveis patológicos. Não dá para resolver os problemas acordando todos os dias com taquicardia, tremedeira, sensação de fraqueza nas pernas e a ponto de explodir, seja no trânsito, que já anda bem agressivo ou em qualquer situação de conflito por mínima que seja. Tem que apelar pro "amansa-loco".

Diferente de outras situações, o pânico não se instaurou, creio eu por conta de todos os trabalhos e tratamentos anteriores, trata-se agora somente de um caso de ansiedade impossível de ser controlada, pelo fato de ter que lidar diariamente com a causa . Aí eu vejo a importância de tudo o que já "investi" na saúde até hoje. Sim, estou uma bosta, mas poderia estar três vezes pior.

Não pude deixar de postar isso, porque quem vê o blog que fala sobre síndrome do pânico recheado de conquistas e coisas maravilhosas pode até desconfiar que se trata de um blog de propriedade de alguém que sofre mesmo do mal. Esse post é para mostrar o quanto estamos sujeitos a altos e baixos e o quanto temos que aceitar que isso fará parte das nossas vidas enquanto existirmos e que o segredo não é buscar freneticamente a cura e sim o controle. Correr atrás de cura definitiva só serve para colecionar frustrações. É possível viver momentos (e grandes períodos) incríveis mesmo apesar dessa predisposição, mas há que se estar sempre alerta aos menores sintomas, identificar o que pode ser evitado, e quando não pode, aceitar o tratamento.

O momento atual é de tentar descobrir formas de resolver ou amenizar os problemas, colocar a cabeça e as energias no lugar e seguir adiante, dias sim, dias não, tentando "sobreviver sem um arranhão", buscando a cada dia saídas para driblar e por fim, superar essa fase ruim. Quem sabe não é uma mexida que vem para definir coisas? Um tropeço que vem para acordar para a busca de outros horizontes? Ou o tal do "mal que vem para o bem"... O fato é que a hora é de arregaçar as mangas, de seguir em frente, afinal ainda tem muita vida pela frente e muitas viagens a fazer para registrar neste blog. Dependendo do meu esforço e da ajuda das pessoas queridas que me cercam, isso vai acontecer logo, logo.

Se viver fosse tão somente equilibrar-se sobre uma moto, certamente não só não haveriam motos estacionadas na frente dos consultórios psiquiátricos, como poderia afirmar que estes sequer seriam necessários.



Sangrando

Gonzaguinha

Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando
Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça e emoção
E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar
Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O "voo duplo": o maior de todos os testes



Férias de janeiro de 2013. Planos? Romper a barreira do Estado, de moto. Testar até onde o físico já um tanto prejudicado agüenta e até onde a ansiedade é capaz de resistir.

Vários planos alguns meses antes, conhecer Ouro Preto, em Minas, ou a região das Missões no RS, mas em cima da hora, dado o pouco tempo que eu teria de férias e alguns outros fatores “pesados e medidos”, resolvemos ir até o litoral paulista visitar a mãe do meu namorado.
Plataforma de Pesca de Mongaguá - SP
 Ia me preparando para sair numa segunda-feira, quando numa sexta feira anterior, Marcelo disse: vamos amanhã? Pedi um dia para ajeitar as coisas e para dar uma complicada na situação minha cachorrinha idosa precisou ser levada ao veterinário no sábado de manhã. Precisava ser medicada e se eu não tivesse quem tratasse dela não poderia viajar. Só no fim da tarde de sábado é que conseguimos encontrar minha vizinha que se prontificou gentilmente a cuidar da minha velhinha. Seguimos então para Navegantes, adiantando 100 Km da viagem, para no dia seguinte, domingo, dia 6 de janeiro, sairmos as 6 da manhã.

Faz algum tempo que não sei o que é uma manifestação forte de ansiedade ou síndrome do pânico, para ser sincera, perdi as contas do tempo que faz, sendo que em alguns períodos do ano passado em algumas situações passei por alguns episódios de ansiedade, controlados com acupuntura ou simplesmente força de vontade.

No dia da saída, ainda escuro, chovia muito e fazia um tempo esquisito, meio abafado. Ao chegar no posto Sinuelo onde paramos para um café, não sei se tive uma queda de pressão, que aliada à extrema ansiedade que estava sentindo porque a viagem seria longa e a chuva não era pouca, os primeiros sintomas se manifestaram: tremedeira, enjôo forte, os lábios e extremidades dormentes, o coração querendo sair pela boca, dor de barriga e as pernas não seguravam o peso do corpo. Assim foi por quase uma hora, quando me dei conta que não seria possível seguir dali em diante. Frustrada e chorando muito, pedi para voltar para casa. Voltei a pegar a moto somente quando senti que tinha voltado ao meu normal e que teria coragem de voltar um pequeno trecho até Navegantes.

Não sei porém o que é ou como isso acontece, mas o fato foi que no posto havia tirado os forros  das roupas e começou a entrar um vento frio que me manteve em estado de equilíbrio físico, ou seja, creio realmente ter tido uma queda de pressão, mas a mesma em seguida deve ter me deixado apavorada. Como voltei a me sentir bem, passada a sensação de abafamento, combinei de rodar mais um pequeno trecho adiante, caso sentisse alguma coisa, encostaria e voltaríamos.

Deixo claro que, sabendo que para quem lê esse trecho, pode parecer que cometi uma enorme irresponsabilidade, só propus ir adiante pelo fato de conhecer profundamente as minhas reações e saber realmente quando dá ou não dá para prosseguir. Não foi um ato irresponsável de desafiar o perigo, mas um ato embasado no autoconhecimento, sabendo que não tenho vertigens repentinas e sim, em geral que, quando vou passar mal, meu organismo começa a emitir sinais bem antes, e à menor manifestação deles, não costumo prosseguir até sentir que tudo está em segurança.

Passado esse primeiro episódio, tudo correu às mil maravilhas, apesar do trânsito pesado e parado, obrigando-nos a percorrer grandes distâncias pelo corredor, até que começamos a subir a serra de Curitiba. Lá nos demos conta que a gasolina que colocamos no posto da Penha era podre. As duas motos apresentaram o mesmo problema, falhavam, deixando os nervos à flor da pele na hora de circular naquele trânsito pesado e cheio de caminhões, carretas, cegonhas e tantos outros gigantes assustadores. Confesso que senti uma enorme vontade de parar a moto, sentar na beira da estrada e chorar, mas ali não tinha tempo e nem espaço para isso, afinal, não tinha acostamento: ou aprende na marra ou a carreta te pega. Fiquei surpresa ao constatar que meu sistema nervoso passou por esse teste, pois saí dali com a sensação de ter sangue de barata.

Mais adiante uma Regis Bittencourt com pouco movimento até chegar a maldita Serra do Azeite, ô meu pai, de onde brota tanta carreta? Eles usam  todas as pistas, e – praxe – embalam morro a cima e se largam morro abaixo. Para quem não conhece o trajeto, não sabe se a próxima curva é aberta ou fechada e – oh, delícia! -  está com a moto falhando, é o teste-mor de resistência do sistema, a essa altura não mais nervoso e já neurótico! E mais uma vez, nada de acostamento para chorar não.

Rodar, parar para almoço, rodar. Aquelas coisas aconteceram e parecia não ter sido comigo. Próximo a Registro – SP, armou um temporal daqueles, o céu escuro começou a ser cortado por raios. Paramos para colocar as capas e decidimos ficar em Cajati. Lá chegando, o tempo deu sinais de melhora. Não caiu a tal chuva anunciada e resolvemos tocar até o destino final, Mongaguá.

Claro que resolvemos tocar porque o Marcelo falou que já estávamos chegando. Não me dei conta que para quem já havia rodado quase 500 km, “quase chegando” são mais duzentos, assim sendo, concordei. Dali em diante a viagem foi realmente tranqüila, mas aí já foi o corpo que começou a dar sinais de cansaço. Em Peruíbe o corpo já disse “chega!”, mas poxa, estávamos ali, na cara do gol, não fazia sentido parar. O fato é que quanto mais próximo o destino estava, mais parecia que 30 Km  viravam 300, que 10 Km viravam mil e a coisa já não rendia mais. Para piorar a situação anoiteceu em um lugar por onde eu jamais havia passado, não sabia como o trânsito se comportava e na falta de luz não passo de uma toupeira cegueta, apesar de enxergar muito bem de dia.

Senti que o pulso nem sequer virava mais para acelerar a moto e as pernas não mexiam nem para dar aquela ajeitadinha. Como entraram muitos carros entre minha moto e do Marcelo, ele parou no acostamento para ver o que estava ocorrendo e ao parar, mais uma vez desabei, mas desta vez por ter atingido o limite físico – já  fazia 15 horas que estávamos pilotando, sob condições tensas e com pausas curtas.

Sentei com as pernas esticadas em um ponto de ônibus e senti que do quadril para baixo não controlava mais o movimento das pernas. Quando tentei levantá-las e elas não responderam, senti pavor. Depois de um tempo consegui sentar novamente na moto e prosseguir, sendo que aí já faltavam menos de 10 km para chegar ao destino. Ao chegar, tomei um banho quente e dormi feito uma rocha. No primeiro dia, só em pensar em fazer tudo aquilo de volta dava um pavor enorme, nos primeiros dias não queria nem chegar perto da moto. 
Foto em Mongaguá com o Amarelão

Nas poucas voltas que fiz pela rodovia Pe. Manuel da Nóbrega ou mesmo pela avenida que margeava a praia também senti que o povo ali nunca relaxa e o tempo todo quer passar por cima de você, ou seja, também não era prazeroso andar de moto ali, ao contrário,  muito estressante. Fomos também a um aniversário de moto clube em Itanhaém (Moto Clube Espírito Livre, a quem agradecemos a acolhida), onde realmente descobri na volta que não sirvo para pilotar de noite por ter a visão extremamente distorcida, além de ter sido agraciada com a companhia de um imbecil que colou na minha moto e veio dando luz alta por quase todo o trecho, sendo que não lhe fiz nada para merecer tal “honraria”.

De pouco em pouco senti que minha ansiedade começava a  fugir do estado de equilíbrio que se encontrava há muito tempo. A partir dali, tive que tirar do piloto automático e começar a mantê-lo através de controle e disciplina.

Por mais que se saiba que ansiedade, não a normal  que todos sentem, mas essa que pode atingir níveis patológicos é algo que vai dispender controle e disciplina pelo resto da vida, dá uma frustração enorme sentir que todo um trabalho começa a desmoronar e pode voltar à estaca zero. Cheguei a pensar em deixar a moto e voltar de ônibus, mas resolvi encarar de moto mesmo.

Saímos não tão cedo desta vez, depois de uma semanada de chuvas intensas. Tinha um pouco de sol até Miracatu, onde já tivemos que encostar para colocar as capas. Chuva, chuva e mais chuva. Pelo menos foi uma coisa de cada vez: nas serras malditas pelo menos não chovia, o que também não fez do trecho menos enervante. Saímos numa quarta-feira e a impressão que tive é que cada carreteiro pelo qual passamos na ida, agora estava voltando acompanhado de um colega. Um verdadeiro inferno na terra.

Quando passamos por São José dos Pinhais, no PR, sim-ples-men-te-não-deu!!! O stress de ser engolida por carretas virou num desespero por passar por todo o trânsito urbano da região querendo tirar o pai da forca, a mãe da cadeira elétrica, onde presenciei coisas jamais imaginadas, tipo um imbecil entre a minha moto e a do Marcelo forçando o carro contra a traseira da moto dele para ultrapassar, sendo que estávamos a boa velocidade e PELA FAIXA DA DIREITA!

Pedi pra encostar num posto onde tive algo parecido com o que me deu no posto Sinuelo, só que pior. Não conseguia parar em pé mais uma vez pois as pernas não firmavam. Fosse preciso dormiria ali mesmo na loja de conveniência mas não seguia por aquela 101 nem por decreto. Pedimos informação de hotel pelas imediações, afinal já era fim de tarde mesmo apesar de pelo horário de verão ainda faltar um tanto para escurecer.

Recomposta, já com a cabeça fria mas o corpo em frangalhos, rodamos até a entrada de Tijucas do Sul, onde rodamos 14 Km até o centro da cidade e pegamos uma pousada. No dia seguinte, ao invés de pegarmos a 101, de Tijucas do Sul rodamos até Agudos do Sul e de lá pegamos um caminho para São Bento do Sul, Corupá, Jaraguá do Sul, até sairmos em Barra Velha.

Aí sim, me senti verdadeiramente num passeio de moto: estrada praticamente livre (não de imbecis, mas esses parecem brotar dos acostamentos), paisagens lindas, paramos direto para olhar tudo o que achávamos bonito, tirar fotos, almoçar, enfim. Nessa de anda-e-para para conhecer tudo, rodamos novamente o dia todo e desta vez não senti uma dor ou cansaço que fosse. Apenas parecia desidratada, pois o sol estava forte. Nunca tomei tanta água na minha vida num dia só.

Divisa dos estados PR e SC
 Em Barra Velha, ligamos para o Flávio e a Liane que nos receberam na pousada. Fizemos uma breve visita, matamos saudade e seguimos adiante. Tivemos que rodar pelo corredor de Barra Velha ao trevo de Navegantes. Como não havia necessidade de passar por mais estresses e certamente essa fila ainda iria longe, paramos em Navegantes para tocar para casa só no dia seguinte. Já era o segundo dia na estrada...

Dia seguinte, sol maravilhoso, apenas 100 km me distanciavam da minha casa e dos meus amados bichinhos que a essa altura já estava morrendo de saudade, agora era só alegria. ERA mesmo...o que poderia acontecer de tão estressante, já às portas de casa? Tudo! kkkkkkkkk

Atrasamos um pouco a saída, em vez de na parte da manhã, saímos de tarde. Um céu pretíssimo anunciava um temporal. Na SC 407 em Navegantes, muitos raios cortavam o céu, e despejou-se um aguaceiro, aliado a um trânsito pesado que obrigava a andar não mais que a 60 / 70 por hora. Justamente na subida do morro do boi, aaaaaaahhhhhhh, a chuva engrossou ao ponto de ficar daquelas onde se enxerga pouco e o capacete embaça e mais uma vez, queridinha, não tinha acostamento, te vira nos 30!

Pra ficar mais emocionante, esfriou de bater os queixos. De Itapema para a frente pelo menos a chuva voltou a ficar “normal” e o trânsito um pouco menos intenso. 
Por um longo trecho, abaixo de chuva forte, tive que rodar por um local onde rasparam o asfalto e ficaram umas pedrinhas soltas com piche que faziam a moto derrapar. Cada vez mais parecia que Floripa estava há mais de mil quilômetros de Navegantes.
De certa forma tivemos sorte, pois ao chegar à grande Florianópolis ficamos sabendo que houve um vendaval por aqui, com granizo e ventos que chegaram a retorcer telhados de galpões, ou seja, vá lá, ainda poderia ter sido pior.

Como balanço geral da viagem, percebi que sim, de certa forma ela afetou um pouco meu “sistema neurótico”. Voltei insegura para pilotar até mesmo no trecho que faço todo santo dia de casa-trabalho, com a sensação permanente de que o coração vai sair pela boca. Só hoje, sexta, me senti um pouco melhor, mas não sei como estarei no fim da tarde, ontem não saí muito bem, de qualquer forma, tenho controlado.

Descobri que fisicamente sou capaz de resistir a uma grande distância, mas devem ser respeitadas algumas pausas. Acredito que tocar 15 horas direto devam ser prejudiciais até mesmo a quem tenha as articulações em dia, quem dirá a quem já não as tem tão conservadas. Já psicologicamente, bem...creio que o fato de ser uma primeira viagem e não ter costume com trânsito pesado tenham colaborado muito para que boa parte da viagem fosse algo muito estressante para não dizer apavorante.

Outra coisa que deve ter influenciado também foi o trecho escolhido, creio que viagens para locais que não tenham essas malditas serras cheias de carreta devam ser mais interessantes, de certa forma é cedo para tirar alguma conclusão final com base em uma única viagem, onde, como o Marcelo disse, “parece que todas as situações adversas se botaram à frente de uma só vez”, para testar a paciência mesmo.

Essa viagem mexeu sim com meu emocional ao ponto de me tirar do equilíbrio que há muito tempo vinha mantendo e se não disser que isso é muito chato, estarei mentindo, mas certamente não é isso que vai me fazer desistir de tentar alçar vôos maiores.

Rodar de noite, nem pensar, pois além de ser algo desesperador (até aí acho que a gente acostuma), descobri que devo ter alguma sensibilidade extrema às luzes, pois faróis de frente me cegam, ou quando não há luz nenhuma não enxergo nadinha de nada, mal as faixas brancas da lateral mas tenho sempre a sensação agoniante de não saber por onde estou indo.

No mais, por todo o relatado, sinto que talvez seja muito difícil algum dia eu conseguir fazer uma grande viagem em comboio. Pela dificuldade de rodar à noite e pelo excesso de paradas que preciso fazer, algumas não tão curtas, fora o detalhezinho que todo mundo que sofre de ansiedade sabe que para parar para “nº1 e nº2” não se paga imposto quando o bicho pega, ou seja, haja paradas, o que acaba por prejudicar todo um grupo, principalmente se o tempo for apertado.

Por tudo isso que quero agradecer imensamente pelo amor e paciência do Marcelo para agüentar tudo isso sem se estressar comigo e ainda dando força para cada vez prosseguir mais adiante. É um parceiro muito especial, amigo e companheiro que me abraça quando estou fragilizada e depois ri dos meus chiliques. Amo você, meu querido, muito mesmo!


PS: Após esta postagem, alguns amigos entraram em contato pelo face, preocupados se estava tudo ok (olha como são uns queridos!). Ressalto que o relato acima diz respeito tão somente às impressões sentidas no decorrer da viagem. Como somente o relato sob esse ponto de vista se estendeu demais, me limitei a não escrever sobre as férias e passeios propriamente ditos, que foram maravilhosos, ou seja, apesar das manifestações, elas não chegaram a estragar meu maravilhoso passeio de férias. Um grande abraço a todos!